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VEJA O FORMATO DO SIMBOLO DA INTERROGAÇÃO
CEMITÉRIO DA CONSOLAÇÃO
São Paulo, Brasil
ARTE TUMULAR
Base tumular em granito suportando uma imponente escultura expressionista em granito natural polido. Representa a figura de uma mulher sentada em toda a sua nudez, com as pernas cruzadas. Com a cabeça curvada junto ao braço direito, apóia o cotovelo sobre o joelho do mesmo lado. A mão esquerda mantém apoiada no solo, ligeiramente atrás do corpo. Próximo ao pé da perna direita há uma esfera. Essa composição escultural foi feita de tal maneira que representa um ponto de interrogação, por isso a obra é intitulada: "Interrogação" (veja a representação na foto). O autor, com o vigor da sua escultura num acentuado lirismo límpido, a inocência sensual de seus nus funerários expressa uma certa resistência da vida em face da morte, quis deixar para o observador um ar de dúvidas pelo fato ocorrido com o casal. Quatro bases de granito ladeiam o tumulo, apresentando na parte frontal o nome do sepultado.
TITULO: Interrogação
AUTOR: Francisco Leopoldo e Silva (Taubaté,1879-São Paulo, 1948)
Discípulo de Amadeo Zani, estudou em Roma com o grande escultor Arturo Dazzi. Excelente estatuário, hábil modelador, sua produção compreende a figura humana, principalmente o nu feminino, o retrato e a arte religiosa. Leopoldo e Silva que inicialmente seguira o estilo e a técnica de Rodin daí o vigor de suas esculturas, chegando ao Brasil quedou-se numa manifestação mais conservadora, embora conservando um acentuado lirismo. Assinava L. Silva.
TUMULO : Moacyr Toledo Piza (São Paulo, 1891 – São Paulo, 25 de outubro de 1923), brilhante advogado e audaz escritor que toda São Paulo admirava.
HISTÓRIA
INICIO DA TRAGÉDIA
Romilda Machiaverni, (Itália, 17 de outubro de 1902 – São Paulo, 25 de outubro de 1923) garota italiana que em 1904, aos 2 anos de idade chegou ao Brasil, desembarcou na São Paulo conservadora da década de 20, era dona de uma beleza estonteante. Cabelos curtos, 1,68 metro de altura, corpo frágil, um rosto aristocrático, lábios sempre pintados. Mas eram os seus olhos, aqueles olhos amendoados e dissimulados, que levaram dezenas de homens respeitados à loucura. Logo se tornou conhecida nas altas rodas paulistana como Nenê Romano, uma cortesã do luxo. Conquistou dezenas de fãs em São Paulo, incluindo nesta conta o presidente do Estado Washington Luís. A cortesã trabalhava numa casa na Rua Bento Freitas, no centro. Amada pelos homens, Nenê era simplesmente desprezada e odiada pelas mulheres da alta sociedade paulistana. Tanto que, em 1918, a cortesã levou uma navalhada no rosto, de dois capangas a mando da filha da poderosa fazendeira Maria Eugênia Junqueira - a garota ficou enciumada depois de ver seu preterido jogar um bilhetinho para Nenê no corso carnavalesco da Avenida Paulista.
COMO SE CONHECERAM?
Decidida a se vingar, Nenê procurou o combativo jornalista e advogado Moacyr de Toledo Piza, com a intenção de fazer andar um processo de indenização que se achava parado desde 1918, por injunções políticas. Apaixonaram-se. Ela, muito; ele, demais. Passaram dois anos assim, vagando pelas pensões, bares, teatros, restaurantes, arrabaldes, em automóveis alugados – ô vida! Era um amor apontado, daqueles recriminados nas conversas das famílias com um balançar de cabeças. Moacir não era rico; casar com tal pessoa em tal família, impossível. Com o tempo, a moça foi perdendo o entusiasmo, depois o amor, por fim o respeito. Começou a negligenciar a exclusividade que dedicara ao jornalista. Os amigos, penalizados com o estado do apaixonado, pensaram arranjar-lhe uma representação diplomática, tirá-lo da cidade, do país. Ele já não ia ao jornal, ausentara-se da banca de advogado. Ela, por fim, terminou a relação.
A TRAGÉDIA
Oito dias depois, no dia do aniversário dela, Moacir mandou-lhe de presente um faqueiro com um buquê de flores. Nenê recusou o presente. Moacir foi procurá-la, ela saía num carro de praça. Temendo uma cena na frente de casa, pediu que ele entrasse no automóvel. Pouco depois, na esquina da Rua Sergipe com a Avenida Angélica, dentro do carro, ele a matou com quatro tiros. O motorista voltou-se a tempo de ouvi-la dizer "Ai, Moacir", de vê-lo disparar um tiro no próprio coração e cair sobre ela. As amigas colocaram sobre o caixão dela o buquê de flores que ele havia mandado com o presente recusado.
Era uma época em que os homens, quando chegavam ao desatino de matar suas amadas, preferiam morrer com elas
LOCAL: Quadra 82, terrenos 1 e 2
FONTE:Dimas de Oliveira Jr.-Diretor do curta metragem “Desatino” de 2008
Ivan Ângelo (Revista Veja)
Rodrigo Brancatelli (O Estado de S.Paulo)
FOTOS: J.S.Marazzo, Larissa, Wikimédia commons
Formatação, pesquisa e descrição tumular: HRubiales
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